quinta-feira, 5 de junho de 2008

Poema do beber no antigamente
(Rui Nogar)

dobro a esquina da memória
a mais próxima dos amigos de então

e ali fico
sob a luz que no poste
me derrama em mil sombras
que uma a uma reconheço

o que fui o que sou
o que um dia quiseram que eu fosse
mas não fui
o que nunca por nada serei
o que tudo fizeram por não ser
mas fui
o que a esquina da memória dobrou
e no poste sob a luz se inspirou

sou eu não sou
na dialéctica da vida

fui aquele que nunca foi
sou aquele que sempre será

assim
a beber no antigamente
ficou-me a sede
do eternamente

2 comentários:

Juliana Veiga disse...

Lindo demais, gi!
Adoro postes.. rs

e adoro mais ainda essa dialética maluca q é a vida!

Bjim de irmã

Caroline Tavares disse...

Adoro beber no antigamente!!!

Tiaminho, minha linda!!

É interessante pensar no seu blog, vc disse q não tem dom p escrever (ai ai...), tá. Aí coleta maravilhas p postar. Penso que escolhe o que colocar conforme o que quer dizer, e isso faz o mesmo efeito - p quem lê, se fosse vc q tivesse escrito, já q é vc q está oferecendo.

A intenção.
Há intenção.

Beijo imenso